sábado, 26 de outubro de 2013

França se diz chocada com alcance de espionagem dos EUA


As autoridades da França se disseram chocadas com o alcance da espionagem realizada pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos no país e exigiram explicações do governo americano, após as revelações feitas pelo jornal Le Monde desta segunda-feira de que a agência interceptou mais de 70 milhões de comunicações telefônicas na França em apenas um mês.
"Estou profundamente chocado. É inacreditável que um país aliado como os Estados Unidos possa espionar a esse ponto tantas comunicações privadas que não têm nenhuma justificativa estratégica nem de defesa nacional", declarou o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault.

Jean-Marc Ayrault

Ele pediu aos Estados Unidos "respostas claras" sobre as razões que motivaram a utilização dessas práticas de espionagem e, sobretudo, para que sejam criadas “condições de transparência para pôr fim a isso”.
Segundo o Le Monde desta segunda-feira, que cita documentos vazados pelo ex-consultor da NSA Edward Snowden, atualmente refugiado na Rússia, a agência americana espionou 70,3 milhões de ligações telefônicas de franceses entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro deste ano.
O jornal informou ainda que os documentos indicam que a NSA espionou pessoas suspeitas de ligações com atividades terroristas e também empresários, políticos e membros do governo francês.
A agência teria também interceptado e-mails com endereços Wanadoo (antiga filial do grupo Orange, ex-France Télécom), que ainda totaliza 4,5 milhões de usuários, e Alcatel-Lucent, empresa franco-americana de telecomunicações.

Convocando o embaixador
Após as revelações do jornal, o chanceler francês, Laurent Fabius anunciou a convocação “imediata” do embaixador americano em Paris, Charles Rivkin.
O novo caso de espionagem da NSA coincide com a chegada a Paris do secretário de Estado americano, John Kerry.
“Nós cooperamos de maneira útil na luta contra o terrorismo, mas isso não tem nenhuma justificativa”, disse Fabius, acrescentando que irá pedir “explicações” sobre o assunto em uma reunião com Kerry na terça-feira.
“Esse tipo de prática entre parceiros que ataca a vida privada é totalmente inaceitável. É preciso se assegurar, muito rapidamente, em todo o caso, que ela não ocorra mais”, declarou o chanceler francês.
O ministro do Interior, Manuel Valls, também afirmou que as revelações feitas pelo Le Monde são “chocantes e inaceitáveis”.

‘Natureza das coisas’
Em junho passado, já haviam surgido outras revelações de espionagem realizada pela NSA na França, que resultaram, em julho, na abertura de investigações por parte do Ministério Público de Paris.
Alguns especialistas afirmam que apesar das fortes críticas feitas contra a NSA, as revelações feitas pelo Monde não representariam uma surpresa para o governo francês, que também já espionou dados nos Estados Unidos.
“Espionar, mesmo seus amigos, faz parte da natureza das coisas. O objetivo é ter informações sobre os países mais importantes do mundo”, afirma Louis Caprioli, ex-subdiretor da divisão responsável pela luta antiterrorismo na França e consultor de análise de riscos.
“O ministro francês do Interior havia declarado em julho, em um fórum sobre crime e segurança em Davos (Suíça), que para proteger suas populações todos os Estados precisam ter acesso a certas comunicações eletrônicas. É um sinal de que há escutas”, afirma.
“O serviço de espionagem americano é colossal. Eles interceptam qualquer pessoa, às cegas, depois elaboram critérios para selecionar o que possui interesse”, acrescenta Caprioli, se referindo ao fato de que empresários e políticos franceses também foram espionados.
“É uma pseudo-revelação. Todos os países aliados se espionam. Todos os países se espionam. Caio da cadeira quando ouço pessoas gritarem que isso é horrível. Sejamos realistas”, disse à uma rádio francesa Arnaud Dangean, deputado do Partido Popular Europeu, de direita, e especialista em questões de inteligência.
A presidente Dilma também criticou fortemente a espionagem realizada pela NSA de suas comunicações e da Petrobras, afirmando que isso representa uma violação aos direitos humanos e um desrepeito às soberanias nacionais.
Após o surgimento das revelações de que a NSA espionou Dilma e a empresa de petróleo brasileira, a presidente decidiu cancelar a visita de Estado que faria aos Estados Unidos neste mês.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Com 15 anos, garoto cria teste que detecta cânceres em 5 minutos


Não é a primeira vez que um jovem consegue surpreender o mundo com uma ideia ou método inovador e capaz de mudar uma determinada realidade. Mas nunca deixa de ser especial, ainda pra mais quando essa ideia pode salvar vidas. Com 15 anos, o americano Jack Andraka criou um teste que detecta o câncer do pâncreas e é 26 mil vezes mais barato, 168 vezes mais rápido e 400 vezes mais sensível que o utilizado atualmente.
É um dos mais letais de todos os tipos de câncer e matou pessoas próximas do próprio Jack, que desde então não se cansou de pesquisar na busca por um método eficaz de prevenção. Com isso, ele ganhou em maio de 2012 a Feira Internacional de Ciência e Engenharia da Intel, o maior prêmio do mundo pra pré-universitários, levando 100 mil dólares pra casa.
O teste criado pelo garoto é simples e barato e faz o diagnóstico de três tipos de câncer, incluindo o do pâncreas (ovário e pulmão são os outros dois). O custo é de três centavos de dólar e o resultado chega em menos de 5 minutos. O sensor criado por Jack testa urina e sangue e, se o resultado for positivo para uma certa proteína, é porque o paciente está desenvolvendo câncer. A tira de papel muda conforme a quantidade dessa proteína no sangue o que, segundo o genial adolescente, pode detectar a doença antes mesma de ela invadir o corpo do paciente.
Não se pense que o detalhe de Jack ter 15 anos (16 atualmente) significa que ele teve sorte nesta invenção: apaixonado por ciência, há muito que o jovem se debruça sobre estudos semelhantes. Além disso, no desenvolvimento do projeto, procurou mentores que o pudessem ajudar, com muitas respostas negativas e tentativas falhadas pelo meio. A persistência foi a chave do sucesso.








O vídeo mostra a reação do jovem ao saber que o prêmio era seu:


Veja o Vídeo Abaixo:


                                                Fonte:channelintel

Os empregos que as mulheres não podem ter na China


Mulheres, muitas vezes, tiram notas melhores do que os colegas homens na universidade
Na China, como em muitos países, mais mulheres do que homens estão entrando nas universidades. Mas a realidade no país impede que elas possam aprender o que quiserem no ensino superior e seguir carreiras que, hoje, são território exclusivo dos homens.
Os estereótipos que marcam a vida das chinesas começam logo na infância, como fica claro em uma visita ao parque temático Eu Tenho Um Sonho, em Pequim.
Lá, as crianças podem "testar" dezenas de carreiras, vestindo os uniformes de cada uma delas. Juíz? Decorador de bolos? Apresentador de rádio? Basta para os pequenos pegar seu ingresso e assumir um papel.
Mas, mesmo neste mundo imaginário, as crianças, e seus pais, assumem papéis rígidos em relação ao gênero.
A atração mais popular entre as meninas, por exemplo, é a oportunidade de se vestir como aeromoça.
Depois de arrastar pequenas malas pela cabine de um avião falso, elas aprendem a servir refeições a partir de um carro em miniatura.
"Ajeitem os uniformes!" é uma das ordens dadas às meninas enquanto ficam paradas em linha reta.
Os meninos, entretanto, optam por se vestir como agentes alfandegários e guardas de segurança, com uniformes tão completos que incluem armas de brinquedo e pequenos coletes à prova de balas.
Só para homens
Mas essa noção presente na infância dos chineses de que as mulheres não podem ou não devem fazer o mesmo trabalho que os meninos se estende até a universidade e para além dela.
Ao sul de Pequim, na Universidade de Minas e Tecnologia da Província de Jiangsu, um grupo de estudantes de engenharia de mineração são a inveja da instituição.


Chineses ainda seguem estereótipos rígidos em relação ao gênero
Eles fazem um dos cursos considerados uma garantia de emprego após a formatura.
Mas este programa tem um requisito de entrada claro: é só para homens.
"A lei trabalhista da China sugere que o trabalho de mineração não é adequado para as mulheres, por isso pedimos que as mulheres que se abstenham de se registrar nesse curso", explica Shu Jisen, um dos professores do departamento.
Esta universidade não é a única. Segundo o Ministério da Educação, as mulheres da China são proibidas de estudar uma variedade de cursos, como engenharia civil e naval, sob a justificativa de "respeito à sua segurança".
Em uma universidade em Dalian, no norte da China, as mulheres são impedidas de estudar engenharia naval porque "elas não conseguiriam suportar meses a bordo de um navio", disse um funcionário de admissão à BBC.
Razões ligeiramente diferentes são dadas para restringir bastante o número de mulheres que podem estudar na Universidade Popular de Pequim, que tem uma quota rígida e permite que apenas 10% a 15% do corpo discente seja formado por mulheres.
Um funcionário do departamento de admissão da universidade se recusou a ser entrevistado pessoalmente, mas disse por telefone à BBC que as mulheres não tinham permissão para entrar na universidade em grandes números, por não haver oportunidades de trabalho suficientes para elas após a formatura - já que as chinesas são proibidas de ter empregos "masculinos".
O departamento de engenharia de minas da universidade de Jiangsu cita argumentos semelhantes. As mulheres não seriam capazes de transportar o equipamento para mineração por ser muito pesado, e não conseguiriam escapar de uma mina rápido o suficiente em caso de emergência, explicam.

Número de mulheres em universidades é restrito apesar de demonstrarem melhor desempenho

"Alguns trabalhos são realmente inadequados para as mulheres", Shu Jisen argumenta.
"Se elas insistirem em trabalhar nessas áreas, será um desperdício de energia que poderia ser melhor utilizado em outro lugar."


Fim das limitações
Alguns se recusam a aceitar essas razões. Uma pequena, mas corajosa, rede de estudantes e advogados está lutando contra as restrições às mulheres no mundo profissional.
Usando barbeadores elétricos, elas rasparam suas cabeças em uma série de protestos, bem divulgados, que aconteceram em todo o país no ano passado.
"É uma explícita discriminação de gênero", afirma uma das estudantes ativistas, Meili Xiao.
"Ninguém desafiou essas universidades antes e disse que essas regras estavam erradas. Por que ninguém quer mudar nada? Isso me deixa muito zangada."
Na cantina da universidade em Jiangsu, jovens dizem que não conseguem aceitar as restrições.
"Se alguém pode suportar condições de trabalho difíceis, essa pessoa deve ter permissão de fazê-lo", explica uma estudante.
"As universidades devem acabar com as limitações e permitir que as pessoas façam escolhas por conta própria, e não apenas impedi-las."
Cotas de gênero
A rede de ativistas também está lutando contra cotas de gênero em muitas universidades chinesas que favorecem os homens simplesmente porque eles têm pior desempenho nos estudos.
Nos últimos anos, mulheres de todo o país tiraram as notas mais altas nas provas para entrar nas melhores faculdades da China. Mas as escolas querem que seus cursos tenham um equilíbrio entre os sexos, e por isso reduzem os padrões de admissão para os meninos, deixando as jovens com notas mais altas de fora.
O Ministério da Educação da China insiste que não permite definir cotas de gênero na admissão de alunos, "exceto em academias militares e escolas de defesa e segurança pública", segundo a agência estatal de notícias, Xinhua.


Os homens têm empregos garantidos após se formarem em alguns cursos superiores
No entanto, não oficialmente, em muitas escolas há cotas fixas, de acordo com ativistas.
Eles esperam erradicar todas as políticas escritas que proíbem as estudantes de se registrarem em qualquer curso. Essa é uma meta que, de acordo com a ativista Xiao Meili, pode ser alcançada em um ano.
E os preconceitos ocultos contra as mulheres na educação? Este é um desafio ainda maior.
"O sexismo está presente em todas as esferas da sociedade chinesa, e as pessoas estão tão acostumadas que é fácil ignorá-lo", diz Xiao.
"As pessoas se acostumaram com a ideia de que os homens podem fazer as coisas melhor do que as mulheres. Mas quando as mulheres começaram a se sobressair, surgiu um medo e isso se tornou algo problemático", acrescenta.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O país onde as mulheres podem ser presas por ter aborto espontâneo


El Salvador tem uma das mais duras leis antiaborto do mundo. E uma consequência disso é que mulheres que sofrem abortos espontâneos se tornam, às vezes, suspeitas de terem induzido um aborto - e podem até ser presas por assassinato.
Glenda Xiomara Cruz estava com muita dor abdominal e um forte sangramento nas primeiras horas do dia 30 de outubro de 2012. A jovem de 19 anos, de Puerto El Triunfo, no leste do país, foi para o hospital público mais próximo, onde os médicos disseram que ela havia perdido o bebê.
Foi a primeira vez que ela ficou sabendo sobre a gravidez, já que seu peso estava praticamente inalterado e o resultado de um teste de gravidez feito em maio daquele ano foi negativo.
Quatro dias depois, ela foi acusada por homicídio doloso, por ter assassinado intencionalmente o feto que tinha entre 38 e 42 semanas. O hospital a havia denunciado à polícia por suspeita de aborto.
Depois de duas operações de emergência e três semanas no hospital, ela foi transferida para a prisão feminina Ilopango, na periferia da capital, San Salvador.
No mês passado, depois de o juiz decidir que ela deveria ter salvado a vida do bebê, Xiomara foi condenada a dez anos de prisão.
'Terrível injustiça'
Seu advogado, Dennis Muñoz Estanley, diz que existe um "pressuposto de culpa" embutido no sistema jurídico, o que torna difícil para as mulheres provarem sua inocência.
"Ela é mais uma vítima inocente do nosso sistema legal injusto e discriminatório, que prende essas pobres jovens mulheres que sofrem complicações obstétricas, com base em provas muito fracas", diz ele.
O pai de Xiomara descreve a sentença como uma "terrível injustiça".
Ele testemunhou no tribunal que sua filha tinha sofrido anos de violência doméstica nas mãos de seu parceiro. E ainda assim a acusação - que buscava uma pena de 50 anos de prisão - se baseou fortemente em alegações de que ela tinha matado intencionalmente o feto.
Xiomara não vê sua filha de quatro anos desde que sofreu o aborto espontâneo.
El Salvador é um dos cinco países com proibição total do aborto, juntamente com Nicarágua, Chile, Honduras e República Dominicana. Desde 1998 a lei não permite exceções - mesmo se uma mulher for estuprada, se sua vida estiver em risco, ou se o feto estiver severamente mal formado.

Maria Teresa Rivera está servindo uma pena de 40 anos na prisão Ilopango

Mais de 200 mulheres foram denunciadas à polícia entre 2000 e 2011, das quais 129 foram julgadas e 49 condenadas - 26 por homicídio (com penas de 12 a 35 anos) e 23 por aborto, de acordo com uma pesquisa do Grupo de Cidadãos para a Descriminalização do Aborto. Mais sete foram condenadas desde 2012.
O estudo ressalta que estas mulheres são extremamente pobres, solteiras e sem muita instrução - e elas geralmente são denunciadas por funcionários de hospitais públicos. Nem um único processo criminal começou no setor privado de saúde, onde acredita-se que milhares de abortos acontecem anualmente.
Muñoz já trabalhou com 29 das mulheres encarceradas, ajudando a garantir a rápida libertação de oito. "Apenas uma dela induziu o aborto intencionalmente, as outras 28 sofreram complicações espontâneas, mas foram presas por assassinato sem qualquer evidência direta", diz ele.
Homicídio doloso
No ano passado, quando Maria Teresa Rivera sofreu um aborto espontâneo, ela foi condenada a 40 anos de prisão por homicídio doloso.
Como Xiomara, Teresa, de 28 anos, não teve sintomas de gravidez até sentir uma dor súbita e um sangramento, e foi denunciada à polícia pelo hospital público onde ela procurou ajuda.

         Cristina Quintanilla foi condenada a 30 anos de prisão

As evidências científicas para sustentar uma condenação eram fracas, de acordo com Muñoz, que irá em breve apresentar um recurso, e a acusação se baseou fortemente no testemunho de uma amiga dela que disse que Teresa teria dito que "poderia estar" grávida 11 meses antes do aborto acontecer.
Teresa trabalhava em uma fábrica têxtil, o único ganha-pão de sua família, e seu filho de oito anos agora vive com a avó em extrema pobreza.
A história de Cristina Quintanilla é diferente. No dia 24 de outubro de 2004, a jovem de 18 anos, da zona rural de San Miguel, estava grávida de sete meses de seu segundo filho e morando com sua mãe na capital para ficar mais perto de um hospital.
O namorado dela estava trabalhando nos Estados Unidos, mas o casal estava animado com a chegada do futuro filho, comprando roupas de bebê.
"Por volta de meia-noite eu senti uma dor imensa, eu pensei que estava morrendo", disse Quintanilla.
"Eu estava batendo na porta do banheiro para chamar a atenção da minha mãe quando senti o bebê sair. Depois disso eu só lembro de acordar no hospital."
Sua mãe chamou a polícia, uma atitude normal dos salvadorenhos em casos de emergência, e foi levada para o hospital.
Quintanilla tomou um anestésico, e quando acordou foi interrogada. Em seguida, ela foi algemada à cama do hospital, acusada de homicídio, e transferida para a delegacia.
O primeiro juiz abandonou o processo, mas o Ministério Público recorreu, elevando a acusação para homicídio doloso.
Medo
Quintanilla foi considerada culpada, condenada a 30 anos de prisão, e difamada como assassina de crianças. Seu filho Daniel, na época com apenas 4 anos, passou quatro anos vivendo com sua bisavó, até que Muñoz conseguiu reduzir a pena para três anos.
"Os relatórios médicos não podem explicar por que o bebê morreu, mas o promotor me considerou uma criminosa que poderia ter salvo o meu bebê, mesmo tendo desmaiado de dor", diz ela.
"Eu nunca vou entender por que eles fizeram isso comigo, eu perdi quatro anos da minha vida e ainda não sei porque eu perdi o meu bebê."
Morena Herrera, da Associação de Cidadãos para a Descriminalização do Aborto, diz que esses casos tiveram um efeito inibidor, fazendo com muitas mulheres pobres grávidas que sofreram abortos espontâneos, ou complicações durante a gravidez, tivessem "muito medo de procurar ajuda médica".
"Eu ficaria com medo de ir a um hospital público, já que mulheres jovens são sempre consideradas culpadas e presas", diz Bessy Ramirez, 27 anos, de San Salvador.
"Nós não podemos nem contar com o pessoal de saúde para colocar seus preconceitos de lado e nos tratarem de forma confidencial."


Caso de Beatriz mobilizou ativistas da ONG Anistia Internacional
A severa lei do aborto tem outras implicações graves em relação a direitos humanos.
O suicídio foi a causa mais comum de morte em 2011 entre meninas e adolescentes de 10 a 19 anos, metade dos quais estavam grávidas, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Essa foi também a terceira causa mais comum de mortalidade materna.
'Cruel e discriminatória'
No início deste ano, o caso de Beatriz, de 22 anos e que sofre de lúpus, atraiu atenção internacional depois que a Suprema Corte se recusou a autorizar um aborto, mesmo que sua vida estivesse em risco e que o feto estivesse mal formado, sem a possibilidade de sobreviver.
A saúde de Beatriz deteriorou enquanto o tribunal discutia o caso por vários meses. O bebê nasceu com 27 semanas, e morreu em poucas horas.
Membros do atual governo FMNL (Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional), particularmente a ministra da Saúde, Maria Isabel Rodriguez, criticaram duramente a lei do aborto durante a polêmica sobre o caso de Beatriz. Mas o governo não fez nenhuma tentativa de revogar ou relaxar a lei desde que entrou em vigor em 2009, e continua a ser popular entre grande parte da população conservadora, que reverencia a Igreja, e os grupos religiosos pró-vida, como o Si a la Vida (“Sim à Vida”, em espanhol).
O partido Arena, que é fortemente aliado à Igreja, é o favorito para ganhar as eleições gerais do ano que vem.
Mas Esther Major, especialista da Anistia Internacional em El Salvador, descreve a lei do aborto no país como "cruel e discriminatória".
"Mulheres e meninas acabam na prisão por não estarem dispostas ou, simplesmente, serem incapazes, de levar a gravidez ao fim”, diz ela.
"Isso faz a busca por tratamento hospitalar por conta de complicações durante a gravidez, incluindo um aborto espontâneo, uma loteria perigosa.”
"Não pode ser do interesse da sociedade criminalizar mulheres e meninas dessa maneira", concluiu Major.




domingo, 20 de outubro de 2013

Austrália Declara Emergência por Incêndio Florestal Fora de Controle


As autoridades australianas declararam neste domingo um estado de emergência no Estado de Nova Gales do Sul, que enfrenta seus piores incêndios florestais em mais de uma década.
Bombeiros tentam conter os focos de incêndio, que já destruíram mais de 200 casas na região.
A região de Blue Mountains, a cerca de 80 quilômetros de Sydney, é a mais atingida.
Nos próximos dias, a expectativa é de que as temperaturas na região subam, prejudicando os esforços para controlar o fogo.
O estado de emergência dará às autoridades a capacidade de forçar a retirada de moradores de casas ameaçadas, se for necessário.
Centenas de pessoas já estão desabrigadas, e outras centenas foram advertidas a deixarem suas casas.

Incêndio já destruiu mais de 200 casas na região e outras centenas estão ameaçadas
A polícia local afirmou estar monitorando dezenas de pessoas com histórico de atear fogo à mata, já que muitos incêndios como esse no passado foram iniciados deliberadamente.
Os australianos estão acostumados a incêndios florestais, mas não nesta época do ano.
O verão ainda não chegou, mas as altas temperaturas registradas na região nesta primavera têm levado muitos a temer o que ainda pode acontecer nos próximos meses.



Mulher é Torturada em Vitrine para Expôr Testes de Cosméticos em Animais !!!


Quando se fala nos testes que a indústria de comésticos pratica em animais, muita gente vira a cara, acha exagero ou manda logo um jocoso “oh, que dó. você está com peninha dos animaizinhos fofinhos?”.

O problema é que a verdade é muito mais cruel do que se imagina. Diversas marcas já aboliram esse tipo de teste, mas outras tantas continuam fazendo.

Para escancarar essa barbárie do especismo, a marca Lush criou um laboratório de experimentação na vitrine de uma de suas lojas em Londres. Só que ao invés de animais, colocou uma mulher como cobaia.


Mesmo sendo de mentirinha, as imagens chocam. Com isso, a Lush conseguiu chamar atenção para a causa e para os seus produtos, numa “instalação de arte” que durou 10 horas.

A pergunta é: Vale a pena ter mais uma nova marca de batom, rímel, desodorante ou produto de limpar fogão no mercado, ao custo de enfiar isso olho e goela abaixo dos outros?

Para ajudar na sua decisão, aqui vai duas listas: Uma de empresas que testam em animais | E outra das que não testam.






Veja o Vídeo Abaixo:


                                           Fonte:Lushcosmetics